5 de junho de 2010

Competição universitária

Começaram as aprovações do mundo gastronômico, no último sábado, eu e o grupo do qual faço parte na universidade tivemos que apresentar duas receitas com dois alimentos funcionais para uma banca de quatro jurados.

As receitas que foram aprovadas farão parte do cardápio da nossa aula jantar, um evento que acontece no final de cada período, onde a turma da noite (a minha) e a da tarde vão para a cozinha preparar três cardápios diferentes para 300 convidados.

Os cardápios são o seguinte: a turma da tarde monta o seu cardápio com entrada, prato principal, guarnições e sobremesa, daí a turma da noite monta também o seu da mesma forma e o terceiro cardápio é montado com os 4 pratos escolhidos pelo júri. Esse terceiro cardápio é todo funcional, ou seja, com alimentos ricos em substâncias que são benéficas ao organismo.

No cardápio que minha turma propôs será todo em cima da culinária mediterrânea, a entrada será uma salada com queijo de cabra, o prato principal um cordeiro com ervas à moda turca, a guarnição um purê de cenoura com curry e canela e a sobremesa ainda esta sendo elaborada, mas sabemos que terá frutas frescas. O cardápio da turma da tarde nós não sabemos, mas parece que será a base de frutos do mar.

Mas voltando ao terceiro cardápio, os alimentos que meu grupo pegou foram o gergelim e a farinha de maracujá, tínhamos que apresentar duas receitas. Daí começamos a pesquisar o que poderia ser feito com eles.

A principio pensamos numa massa com o gergelim, ou melhor, com a farinha do gergelim, mas qual seria? Primeiro pensamos em um nhoque, Meu Deus! Que tragédia! Ficou horrível, muito ruim mesmo, amargo demais. Então pensamos num macarrão, e ulalá! Era isso! Só precisávamos aprimorar. Tudo caseiro, como as italianas costumam fazer. Queríamos uma massa fresca.

Após acertamos a massa, precisávamos criar algo para usar a farinha de maracujá, então por que não criar um molho para essa massa? Assim poderíamos usar a farinha de maracujá como expessante natural, já que a farinha de maracujá é rica em pectina, um expessante natural existente na casca do maracujá. Mas precisávamos tomar cuidado pois ela é muito amarga. Depois de algumas pesquisas, descobrimos um molho de vinho tinto com alho e tomates.

Este molho foi feito por três vezes até chegarmos no ponto certo, mas para isso tivemos que fazer algumas modificações na receita original, tiramos alguns ingredientes, acrescentamos outros e mudamos as quantidades de vários para mais e menos, para conseguir o equilíbrio e poder apresentar.

Essa coisa de jurados mexeu muito com todo mundo, por mais que digamos que o importante seria a apresentação do trabalho, no fundo, bem lá no fundinho todos gostariam de ganhar, mas apenas quatro teriam esse privilégio.

Chegamos cedo a universidade para que pudéssemos preparar tudo com calma. Estava bem nervosa com o momento da apresentação, pois teria que apresentar juntamente com Nesh (amigo de sala e parceiro de trabalhos) nossa defesa e porque do nosso prato, mas ao mesmo tempo estávamos muito confiante.

Na cozinha todos os grupos compenetrados com suas preparações. Muito legal ver todo mundo trabalhando em prol do mesmo objetivo, mostrar sua criatividade.

No júri haviam duas professoras queridas do nosso curso e mais duas convidadas, que não sabíamos quem eram, apenas que faziam parte do mercado gastronômico.

A ansiedade do nosso grupo, nos deixou de mãos atadas, não conseguíamos pensar nos possíveis problemas que pudessem nos atrapalhar, estávamos tão preocupados com o acabamento do visual do prato, que acabamos comprometendo a temperatura do mesmo, quesito importantíssimo para uma massa. O prato ficou lindo.

Entramos na sala e quando todos estavam posicionados, eu comecei a falar, expliquei todos os porquês, a função de cada ingrediente e suas funcionalidades, daí o Nesh explicou a parte da massa, e elas (juradas) começaram a perguntar e elogiar, até o momento que falaram da temperatura, e foi esse quesito que nos derrubou, o prato chegou frio, e sinceramente isso é um erro imperdoável numa massa. Sabíamos que isso nos atrapalharia, mas ao mesmo tempo não conseguimos solucionar esse problema antes de apresentar o prato. Mas ao mesmo tempo saímos da sala felizes, por sabermos que mesmo com esse erro havíamos ido muito bem. Podia acontecer qualquer coisa, pois os elogios que queríamos, nós recebemos na apresentação e aquilo já havia valido a pena.

Na hora do resultado todos os grupos estavam tensos. O veredito foi dado após as juradas explicarem todos os erros e acertos de cada prato.

A turma da tarde foi a grande vencedora do dia, ganharam em três categorias, entrada, guarnições e sobremesa, e a minha turma ficou com a responsabilidade do prato principal, uma panqueca com recheio de soja e molho de espinafre, uma delícia!

Pra gente ficou a experiência e o aprendizado, para que das próximas vezes tenhamos mais cuidado.

Confesso ter adorado participar desta competição, afinal de contas, competição é o que mais vai ter na profissão de cozinheiro (ou quem sabe Chef), concurso é o que não falta neste mercado e que são muito importantes para o profissional poder fazer seu currículo ficar ainda mais interessante e valioso.





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