14 de abril de 2011

Encontro com Tia Anástacia

Um belo dia fui convidada por duas amigas muito queridas para almoçar  em um lugar distante, tão distante que para chegar tivemos que fazer um caminho quase igual ao que Santiago de Compostela fez, mas estávamos muito confiantes de que conseguiríamos chegar ao nosso destino. Só para que vcs tenha uma idéia esse lugar é tão longe que a guia do trajeto apenas dizia a seguinte frase: "VÁ EM FRENTE, VÁ EM FRENTE, POIS QUANDO CHEGARMOS AO FIM DESTA ESTRADA SERÁ O SINAL DE QUE ESTAMOS CHEGANDO AO NOSSO DESTINO..."

E nossa motorista muito atenta, não tirava os olhos daquela reta interminável, e olha que mesmo assim ela ainda tinha dúvida se estava indo certo ou não, pois não se conformava em ir sempre reto, sua vontade era de entrar na primeira rua a direita ou a esquerda, só para que seu caminho não fosse tão monótono, mas enfim era esse o trajeto...

Me senti indo para a terra do nunca, pois nunca chegávamos, ou então queria ser a Emília (sim, a boneca de pano mesmo), pois ela é a única que tem o pó de PIRLIMPIMPIM, aquele que nós leva onde quisermos ir sem mesmo sairmos do lugar, mas infelizmente ainda era uma simples mortal e por isso nosso caminho nunca acabava...

Minha expectativa era tão grande, que eu já não sabia mais se queria me livrar daquele trajeto ou se realmente estava morrendo de fome, mas como a promessa da comida maravilhosa era uma constante, me conformei e segui em frente... Depois de termos atravessado toda Av. Niemeyer, São Conrado, Av. das Américas (aliás nunca pensei que esta avenida fosse tão grande, atravessamos ela inteira e não chegamos ao seu fim...), Serra de Guaratiba, Pedra de Guaratiba (isso criou uma discussão, pois uma dizia que estávamos em Pedra de Guaratiba e a outra dizia que era Barra de Guaratiba (bairros ao redor da cidade do Rio de Janeiro), no fim acho que a discussão foi só pra alegrar o trajeto, pois chegou num determinado momento que não havia mais assunto entre nós).

Voltando ao trajeto, então percorremos todos esses lugares do início ao fim literalmente. Até que chegamos a um lugar onde já não podíamos mais ir em frente, ou seja um sinal de que estávamos no lugar certo, até que surgiu um retorno na nossa frente no qual teríamos que pegar, mas nossa motorista ficou com muito medo, pois acho que tudo aquilo era uma farsa e que se fizéssemos aquele retorno, simplesmente voltaríamos tudo sem ao menos almoçar, foi ai que vimos uma plaquinha que dizia: "SUBA ESTÁ LADEIRA E FAÇA SEU ESTOMAGO FELIZ..."

Foi então que vimos que nossos problemas haviam acabado, ou pelo menos estavam perto de acabar. Entramos nesta ruazinha que mal cabia o carro e subimos a rua, quando ao nosso lado direito aparece um placa com uma seta de um estacionamento, já que havíamos andado tanto tempo em linha reta, achamos que se virássemos a direita seria interessante, e Graças à Deus, estávamos certas, entramos direto no local que procurávamos, ai o desespero foi geral, nem queríamos estacionar o carro, nossa vontade era largá-lo ali mesmo e sentar pra comer...

Quando sentamos na mesa e vimos a vista maravilhosa do oceano Atlântico na nossa frente, caramba aquilo parece que foi um prêmio e ao mesmo tempo um abridor do nosso voraz apetite, que não tinha mais controle... Chamamos o garçom e pedimos pra ele trazer tudo que tínhamos direito, e foi nessa hora que cometemos o nosso maior erro. Quando a comida começou a chegar fiquei assuntada, pois não parava de chegar comida, tinha camarão de todos os tipos frito, bobó, pastel, vatapá, etc. Quase uma intoxicação, Camarônica. Mas ficamos feliz pois estávamos a muito tempo passando fome e esperando por aquele momento... Não parávamos de comer e nem conversávamos... 

Em um determinado momento acho que o pessoal do restaurante serviu um tipo de camarão com molho de Maconha, só podia ser, já que nós três após ingerir  o determinado alimento, tivemos uma séria crise de riso, que nos fez perder a vontade de comer até o fim, pois nossas barrigas doíam tanto que não cabia mais nada... Foi quando tivemos a incrível informação de que tudo aquilo que havíamos comido tinha sido feito por uma pessoa muito importante em nossas vidas durante muitos anos, as mãos mágicas de uma pessoa muito querida, uma referência muito importante em nossas formações como pessoas que somos... Sim, tudo feito por ela, a grande, TIA ANASTÁCIA... Tive vontade de chorar de tanta emoção...

E cheguei a conclusão de que Deus, havia nos feito passar por tudo aquilo para que tivéssemos um encontro divino, como nossas raízes... Por isso nunca subestimem um trajeto longo, ele pode lhe proporcionar momentos inesquecíveis... Agora fique com uma dúvida, não sei se fui num lugar muito longe ou no Sítio do Pica-pau amarelo.


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